sexta-feira, 18 de maio de 2012

EFEITO JOVEM




A aprendizagem impulsiona o desenvolvimento e o ambiente social dá acesso às ferramentas culturais relacionadas à formação da nossa subjetividade, tendo a leitura e a escrita como fundamentais, seguidas da tecnologia como os computadores e a internet que os oportunizam ter acesso às informações em tempo real com pessoas e culturas distantes, fato o qual nos diferencia daqueles que viveram em outra época, indivíduos e grupos com experiências culturais diferentes da nossa, dentro de processos situados histórica e socialmente.

É no contato com grupos humanos é que aprendemos a ser humanos, a agir, pensar, olhar, andar, avaliar, valorar, subjetivar, etc.


No campo social são mantidas as concepções do que é ser jovem e de como ele se diferencia dos demais. Há expectativas e demandas sociais acerca de como eles devem agir e pos isso nós os olhamos diferentemente dos demais. È nesse campo que a identidade juvenil vai se formar.
Juventude, antes vista como uma categoria inexistente mas que passou a preparar o indivíduo para o mundo produtivo, onde a educação formal, além de ensinar conteúdos culturalmente formados, daria ênfase em ensinar conteúdos e valores para a vida capitalista.

A escola, a família e a religião não acompanham totalmente as mudanças desenvolvimentais típicas da adolescência e juventude e acabam por propor atividades equivocadamente que limitam e impõem valores e modos de agir contrário aos anseios e buscas dos jovens, e, esses se procuram em seus pares.

A autonomia do pensamento torna possível uma autonomia de identidade nos jovens, os quais buscam e identificam-se com modelos e atitudes comportamentais e de atitudes que se contrapõem aos valores socialmente estabelecidos pelos adultos.
Alguns jovens se adaptam aos valores e ideologias do intelectualismo, da competitividade e do individualismo presentes na escola e na vida adulta, típicas da sociedade.
Existem “culturas juvenis construídas socialmente” e “identidades e subjetivas coletivas que criam identidades e subjetivas individuais", ou seja, dos pares e das trocas que a interação proporciona, se descobre o eu do indivíduo.

Na afetividade, os jovens se interagem através de manifestações de afetos positivos e às vezes por afetos negativos, sendo mais comum o primeiro caso.

Nos jovens, a profusão e a autonomia em relação ao corpo e busca de prazer, os levam ao encontro do sexo genital e a vivência da sexualidade de forma mais ampla e suas diferentes manifestações.

Afetividade e sexualidade estão muito próximas e por vezes inseparáveis nas experiências e descobertas dos jovens. A família, a religião, Estado e a mídia, divulgam e mantém valores convencionais que controlam ou proíbem de forma direta ou indireta essas manifestações de afetividade e sexualidade dos jovens, buscando colocar limites que tornam a convivência social suportável e conciliatória, controlando os decoros éticos e morais. Assim a sexualidade acaba reduzida aos conteúdos tradicionalmente aceitáveis: Anatomia e fisiologia dos aparelhos reprodutivos, gravidez e métodos contraceptivos, Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Outros temas como a possibilidade de proporcionar e vivenciar prazer, reprodução e aborto, é muitas vezes limitada a conselhos morais, assim como hétero, homoafetividades e padrões sexuais não tradicionais ainda são tão polêmicos, sendo vistos com cautela, e, raramente são discutidos de forma madura com os jovens.


Nesse contexto repressivo e limitado, eles buscam informações e identificações com seus pares, fugindo das imposições dos adultos ou fingindo adaptarem-se aos discursos dos pais para evitarem conflitos maiores, porém adotando padrões de contestação e de descobertas quando em contato com os grupos e pares.

A sexualidade não se restringe ao contato sexual e a afetividade não se restringe às manifestações de afeto, ambas são manifestações criadoras que agem na produção da vida e que devem ser assuntos discutidos no seio da família e na escola.


A escola tem caminhado na contramão das necessidades dos jovens, não oportuniza a problematização de suas dificuldades em entender e saber sobre as transformações es dos adultos ou fingindo adaptarem-se aos discursos dos pais para evitarem conflitos maiores, moralismo presentes na escola e de valores sociais...





CONCLUINDO....

Em meio a sociedade da informação, como preconiza Adam Shaff, é preciso redefinir os parâmetros de concepção dos limites entre criança e adolescente, jovem e adulto. Contudo não se pode perder de vista que valores e princípios independem da idade de cada um, mas não se fundamentam sem maturidade. O que a sociedade precisa desenvolver são sistemas educacionais capazes de promover a elevação do senso comum ao senso crítico e questionar a formação de consensos que não edificam a personalidade humana.... Um Boa Juventude a Todos!!